Estado
Plano de recuperação judicial da Ecovix é aprovado
Acordo votado em assembleia põe fim a uma espera de um ano e meio e traz novas perspectivas para a região
Divulgação -
Após um período de incertezas, veio a esperança de novos tempos para o Polo Naval de Rio Grande, com perspectivas de beneficiar a Região Sul e todo o Estado. Foi aprovado, esta terça-feira (26), o plano de recuperação judicial do Grupo Ecovix, durante a Assembleia Geral de Credores (AGC), realizada no Hotel Villa Moura Executivo, em Rio Grande.
O processo, o quarto maior do país em valores, envolvendo R$ 7 bilhões e ativos avaliados em US$ 1 bilhão, foi aprovado com ampla maioria dos votos. “Esse é o resultado de um trabalho de negociação muito grande”, avaliou o advogado Rodrigo Tellechea. O plano, que envolve também a alienação de ativos e quitação de débitos, seguirá agora para homologação da Justiça.
Para o advogado Alexandre Faro, a decisão foi o primeiro passo para a reestruturação financeira, abrindo caminho para a recuperação operacional. “Agora, teremos a limpeza da área do estaleiro e o desenvolvimento de novas atividades, que vão gerar empregos”, destacou.
Ao todo, ocorreram três intervalos para os credores tirarem dúvidas com os advogados, totalizado uma hora e 45 minutos. “Tivemos um quórum relevante, com aprovação pelas quatro classes. Isso dá legitimidade”, afirmou Faro.
A aprovação — apesar do voto contrário dos representantes do governo federal (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras), que haviam estimulado o projeto e, na votação, adotaram postura diferente, mesmo com os ajustes sugeridos adotados no plano — encerra uma espera de um ano e meio, desde que o Grupo Ecovix entrou em recuperação judicial.
O resultado da AGC foi elogiado pelo governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori: “Mais um capítulo importante para o Estaleiro Rio Grande foi escrito hoje, com a aprovação da recuperação judicial da Ecovix em assembleia de credores. O assunto tem sido acompanhado pelo Rio Grande do Sul na busca de uma nova perspectiva para toda a região.”
Recuperação judicial
Originalmente, a assembleia estava marcada para 15 de março, mas foi suspensa um dia antes da realização em razão de liminar concedida pela 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), em Porto Alegre. No fim de abril, o TJ-RS autorizou, por unanimidade, a retomada da AGC.
A busca por um acordo uniu a comunidade e lideranças políticas da região Sul e do Estado, que agora têm pela frente uma nova perspectiva para o Polo Naval de Rio Grande. Os ativos da companhia incluem o maior dique seco do Hemisfério Sul e dois pórticos, um para 600 toneladas e outro para 2 mil. A Ecovix chegou a ter cerca de 10 mil funcionários na cidade.
Novas atividades no estaleiro
Uma consultoria especializada no setor elaborou um estudo para avaliar a potencialidade da operação além da construção de plataformas de petróleo. O Grupo Ecovix analisa a possibilidade de ingressar nas seguintes áreas:
1) Atividade portuária, com atracação de embarcações e movimentação de cargas
2) Reparos em plataformas petrolíferas e embarcações
3) Processamento de aço para a indústria metalmecânica
4) Finalização da plataforma P-71
A movimentação de carga não afetaria a operação naval. Há empresas instaladas no Rio Grande do Sul interessadas em montar uma estrutura para a carga e descarga de mercadorias — área de atuação que dependeria de liberação do Estado. Da mesma forma o processamento de aço. Os equipamentos instalados no estaleiro têm condições de entregar diferentes cortes e perfis. Para finalizar a P-71, que está 30% montada dentro do dique seco, será necessário encontrar um comprador externo.
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